quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

BD nos fanzines - Lesbianismo, Super-Heroínas e Super-Vilãs


Poucos são os autores portugueses  de BD que tenham ousado criar bandas desenhadas com enfoque no lesbianismo.

Nem que fosse apenas por esse atrevimento, a banda desenhada "Highlights of Heaven" já mereceria consideração. 

Mas, para além disso, a qualidade invulgar dos desenhos, em que sobressai o domínio das formas do corpo feminino e a beleza dos rostos, faz elevar o nível de apreço pelo seu autor, que assina simplesmente Zé Francisco, um desenhador/autor de BD praticamente desconhecido do grande público, e até mesmo de muitos entusiastas conhecedores de BD.

Claro que nesta crítica cabe igualmente um elogio ao argumentista/guionista Véte (aliás, também desenhador), cuja mente congeminou esta trama simples e com laivos de humor, bem detectáveis desde logo pelas sugestivas alcunhas com que se apresentam as personagens,"velhacona" a super-vilã, "boazona" a super-heroína.

A publicação da inusitada peça deu-se no Tertúlia BDzine, um fanzine iniciado na Tertúlia BD de Lisboa em Janeiro de 1992, já com a presença editorial mais numerosa do fanzinato português, visto que atingiu o nº183 em Outubro do corrente ano de 2015. 

Ficha técnica
Tertúlia BDzine
Nº102 - Abril 2006
Formato A4 - Miolo: 4 páginas a preto-e-branco
Tiragem: 500 exemplares (editados em "tranches" de 50)
Distribuição gratuita na Tertúlia BD de Lisboa
Editor: Geraldes Lino
Apartado 50273
1707-001 Lisboa    

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O Dia Em Que... Comic Jam - Volume I


























No Dia Em Que...

... um ocasional participante no encontro de Agosto de 2008 da TBDL - Tertúlia BD de Lisboa, Mário Teixeira, antigo emigrante em Toronto, Canadá, propôs que se fizesse uma coisa a que ele chamou comic jam, ou seja, uma banda desenhada improvisada por vários ilustradores/autores de BD, cada um a desenhar uma vinheta, e que ele próprio iniciou.

Achei curiosa a ideia, que era, afinal, a velha brincadeira gráfica intitulada cadavre exquis criada pelos surrealistas franceses.  A expressão francófona, já livremente adaptada à língua portuguesa por "cadáver esquisito" tornara-se bem conhecida, enquanto que aquela diferente versão anglófona era uma novidade para mim.

Enquanto organizador da associação informal TBDL, decidi que, a partir daí, continuar-se-ia a fazer mensalmente um comic jam, mantendo-se a expressão inglesa, bem como o título "No dia em que..." com que Mário Teixeira (amigo do homenageado do mês, Zé Oliveira) o tinha baptizado, e igualmente o esquema dessa primeira banda desenhada feita de improviso numa folha A4 em seis vinhetas com a colaboração de seis desenhadores.

Apenas com a regra, a cumprir daí em diante, de que o autor da primeira vinheta seria sempre o Convidado Especial ou o Homenageado desta tertúlia lisboeta.

Assim se tem feito sempre.

Tendo a TBDL sido criada em Junho de 1985, atingindo portanto o 30º aniversário em Junho de 2015, surgiu a ideia de se comemorar a efeméride editando um fanzine com todos os comic jam realizados entre Agosto de 2008 e o mês do aniversário, inclusive.

Assim se fez.

Geraldes Lino 

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Ficha técnica

O DIA EM QUE... Comic Jam - Volume #1
Edição comemorativa dos 30 anos da
TERTÚLIA BD DE LISBOA

Improvisos em banda desenhada, através de vinhetas desenhadas por 161 autores, cada uma delas realizada mensalmente entre Agosto de 2008 e Junho de 2015
na Tertúlia BD de Lisboa 
Ilustração na capa da autoria de Nuno Duarte (o Outro Nuno)

Fanzine aperiódico
Tiragem: 50 exemplares
Formato A4
Parcialmente editado a cores, incluindo a capa e a contracapa
80 páginas
Preço: 10€
Data da edição: [Outubro 2015]
Editores: Álvaro / Geraldes Lino
    
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Reproduzem-se nesta postagem, além da capa e contracapa, apenas 16 comic jam.
Os nomes dos autores de cada comic jam (maioritariamente portugueses, mas também alguns estrangeiros) estão assinalados em rodapé. 
Para a sua identificação bastará aumentar o post, cuja técnica é já bem conhecida dos visitantes deste blogue.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Boletim do Clube Português de Banda Desenhada - Nº 139








Como já é sabido de quem conhece o fenómeno editorial amador, uma publicação classifica-se de fanzine quer seja editada por um editor amador, quer seja por uma associação cultural sem fins lucrativos.

É o que acontece com o Boletim do Clube Português de Banda Desenhada (ou Boletim do C.P.B.D., título também usado), que aquela colectividade amadora, dedicada em exclusivo à BD, edita aperiodicamente.

Com início em Março de 1977, este fanzine é o mais antigo em publicação, embora apenas destinado à distribuição gratuita pelos associados daquele clube.

De há uns anos - quase vinte - a esta parte, o CPBD tem tido uma existência residual, com apenas cinco ou seis carolas a reunirem-se quinzenalmente.

Mas três desses associados têm agarrado a tarefa de continuar a editar o Boletim. Esta iniciativa tem tido uma limitação: a impressão a cores torna a edição consideravelmente cara, pelo que a tiragem tem sido exígua, apenas destinada a uns tantos interessados que se registam para a sua aquisição.

Com a reanimação em curso do clube, é provável que se altere o actual esquema, editando o Boletim a preto-e-branco, de forma a poder ser distribuído gratuitamente por todos os associados, mantendo-se eventualmente uma tiragem limitada a cores (um assunto a decidir pela nova direcção), destinada a coleccionadores que se mostrem interessados em adquirir um fanzine por um preço relativamente elevado. 

O presente nº139, datado de Março de 2015, continua a ser dedicado a um herói de origem inglesa chamado Sexton Blake, que atingiu considerável popularidade em Portugal.

Ficha Técnica
Título: Boletim do Clube Português de Banda Desenhada
Edição: Clube Português de Banda Desenhada
Coordenação: Paulo Duarte e Fernando Cardoso
Arranjo gráfico: Paulo Duarte
Formato: A4
Impressão: cópia digital
Capa a cores
Miolo a preto e branco e a cores
Nº139 - Março 2015

sábado, 19 de setembro de 2015

Feira Morta VI - Auto-Edição Lisboeta, Fanzines, Concertos

sábado, setembro 19, 2015






Alguém lhe pôs o nome de Feira Morta, decerto para ser mais desconcertante o contraste com a realidade vívida e buliçosa do evento.

Aliás, o texto da divulgação faz ressaltar esse aspecto. Cito:

A Mega-Mini Morta tem tudo de uma morta normal, mas só num dia. É 1 dia com o valor de 2! Imperdível! Venham comprar fanzines e ficar a par das últimas do mundo da Auto-Edição Lisboeta.  Tragam fanzines de casa, para trocar! Vejam um concerto gratuito do Yan Gant Y Tan.  Oiçam as malhas que inspiraram o Gato Mariano e o Gréc durante o seu “Processo de Contágio”. Participem nos lançamentos e conversas; perguntem o que quiserem aos vossos editores independentes preferidos.
E quando tiverem fome ou sede, passem no bar e apanhem uma jola e uma chamuça vegan.
Na FEIRA MORTA vale tudo.


Para quem não ande a par deste tipo de eventos alternativos, fica a saber que estamos perante a 6ª edição da dita feira. 
Naquelas que visitei sempre me impressionou a animação editorial fanzinística, mas não só.
E não foge à regra a que vai decorrer no dia 20 do corrente mês de Setembro, um Domingo, nos Adamastor Studios.


De facto, o lançamento de fanzines, novos ou continuações, é sempre um motivo de interesse neste evento e nos congéneres.

É o caso do zine Violência Electrodoméstica #3, com a presença dos editautores Xavier Almeida e Pato Bravo.
E também o faneditor Gréc, com o seu novo zine Above Evolution, bem como a faneditora Hetamoe, que apresentará o seu fanzine Muji Life.

Radiation, Need More Love e The Scorcher são outros títulos presentes nesta feira Morta-Viva! 

Horário:
Abre às 2pm – it’s on!
Acaba às 8pm – it’s off…

3 pm – Zines for PSCHOTIC WOMEN
Sallim & Clube do Inferno
Apresentação e Conversa

4pm – Processo de Contágio DJ SET
5pm – Novas Publicações ( non Stop ) New Press
7pm – DEATHGIG : Yan-Gant Y-Tan

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fígado da República, O






O Fígado da República é o título de um fanzine faneditado por José Smith Vargas, autor de BD nas horas vagas, com muito talento e invulgar cultura.

Este último factor fez com que se tivesse interessado por uma obra praticamente desconhecida de Raul Brandão, "Os Operários" (parte da tetralogia "A História Humilde do Povo Português"), e que tivesse seleccionado excertos que adaptou à linguagem gráfico-literária da banda desenhada.

Na Parte 1 do fanzine, Smith Vargas ilustrou parcialmente dois temas. 

O que ocupa as primeiras páginas do fanzine  intitula-se "O Operariado e os Governos Republicanos", cujas quatro pranchas ficam reproduzidas no topo da postagem, antecedidas pela capa do zine.

O segundo excerto, sem título e com interferência do fanzinista e banda-desenhista, compõe-se de seis pranchas, cuja acção decorre em Abril de 1918, em Fornalhas Velhas. A principal personagem António Gonçalves Correia, fundador de uma comuna no Alentejo, no extremo da freguesia do Vale de Santiago. Inicialmente, faziam parte da comuna quinze agregados, entre os quais cinco mulheres, que praticavam nudismo. "Tudo nuzinho em pêlo", como diz um aldeão que os observa.

Como se depreende, a existência desta comunidade causou celeuma, mas a sua acção prática e generosa acabou por captar o respeito por parte da população mais pobre, enquanto que os poderosos lhes movem guerra.

Ficha técnica
O Fígado da República
Excertos ilustrados de Os Operários, de Raul Brandão
Formato do fanzine: A4
Miolo: 12 páginas a preto e branco
Autor da adaptação literária e dos desenhos: José Smith Vargas
Editor: José Smith Vargas
Local: Não indicado
Data: S/d [2011] (Por informação do editor) 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Semana Intergaláctica del Fanzine - Córdoba, Argentina




umas dezenas de anos que comecei a ter a noção de que a Argentina era um país onde a banda desenhada tinha bastante importância. E embora Buenos Aires, sendo a capital, aparecia com maior relevo, também Córdoba surgia ligada a eventos de BD

Por mero acaso apercebi-me da realização da Semana Intergaláctica del Fanzine, que teve por espaço logístico a seguinte morada: 
"Bastón del Moro - Bv Chacabuco 483" e, lá está, Córdoba, Argentina.

Falavam das fanzinetecas e da cena fanzinística dos anos 90, os ateliês de desenho e outros, um tema interessante, como se pode depreender no texto que copiei do facebook, e que mostro aqui por baixo:

Ya pasaron las charlas de las fanzinetecas, la de la escena fanzinera de los 90s, el taller de dibujo y muchos otros talleres más. Así de a poco la semana intergaláctica va copando los días con actividades en torno al fanzine, impulsando el hazlo tu mismo y la cultura libre.
Aún quedan algunas cosas porvenir como el taller de fotofanzine mañana a las 15 hs, el taller de edición con software libre a las 18 hs, y el cierre de la muestra. Podrán visitar la exhibición hasta el miércoles de 14 a 22 hs.

Gracias a todos y
los esperamos.


Semana intergaláctica del fanzine
del 3 al 9 de Septiembre 2015
Córdoba - Argentina
https://www.facebook.com/Controlpee/

https://www.facebook.com/Controlpee/photos/a.1446103722357228.1073741825.1446100779024189/1483223415311925/?type=3&theater

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Eventos - ZineFestPt no Porto

The ZineFestPt
A portuguese Fanzine Festival which aims to have an international SENSE, WILL take place at November 28 until December 11 and will be host at Cedofeita SHOPPING CENTER* in Porto
It is also connected to Uzine Fanzine – the FIRST Portuguese ZINE Library, in Coimbra, with the desire to accomplish a shared project, with a bigger interaction, opening the fanzinist universe to a broad audience. 
Just pointing out the greatness of the concept “fanzine” ASSOCIATED with the culture of “do it yourself” aims to open doors and exchange experiences among its creators, makers and fans from all around the world and is also open to those who arouse curiosity and wanting to come meet .

Various activities will be held at the outset, emphasizing the fanzines exhibition, a fair of micro and independent editions, thematic presentations, publication releases, lit conversations, and a lot of great celebration with music, workshops, and everything else that you want to propose us! 
We are indeed open to your suggestions for a better use of fanzines festival space, at the C.S.C.*, and with this we want to note that will be welcome artistic projects, creative, dynamic, fierce, romantic, irreverent, emotional, plastic, poetic, and everything, which can be loaded with good energy on this universe of multiple meanings and actions.
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Reproduzi o texto lançado a público pelos organizadores do
FANZINE FESTIVAL em CEDOFEITA SHOPPING CENTER, no PORTO.  
Considero tratar-se de uma estupenda iniciativa a realizar-se neste ano de 2015, inédita em Portugal, de que acabo de tomar conhecimento por mero acaso.
Informações adicionais no blogue
zinefestpt.wordpress.com
pelo telemóvel 933601626
pelo e-mail zinefestpt@gmail.com   

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Livros Sobre Fanzines, Os meus (I) - Dédalo dos Fanzines










No início dos anos  1970 foram editados em Portugal os primeiros fanzines, sendo o Argon o primeiro, em Janeiro de 1972.

Em alguns dos iniciadores do movimento fanzinístico português apareceram textos a debruçarem-se sobre esse tipo de publicações amadoras. Mas só mais tarde se souberam pormenores: tinham surgido nos Estados Unidos, sendo o Cosmic Stories, editado em 1929 por Jerome (Jerry) Siegel, incidindo sobre ficção científica, o iniciador do fenómeno editorial amador e alternativo.

O tema que na Europa iria ser mais comum na fanedição, a banda desenhada, apenas daria azo ao aparecimento do Fantasy World, em 1936, editado por David Kyle.

E o neologismo "fanzine" só seria criado mais tarde, em 1940, por Louis Russel Chauvenet, na sua publicação amadora Detours.

Todos estes pormenores têm sido bastante divulgados ao longo das várias décadas por uns tantos historiadores e investigadores, surgindo o nome de Fredric Wertham como um dos mais fidedignos, graças ao seu livro The World of Fanzines, publicado em 1973, mas em que ele demonstra ter tido conhecimento de um magazine amador (afinal de contas um fanzine) em 1941.

Tanto quanto sei, a bibliografia internacional dedicada ao tema não é muito vasta. E quanto à portuguesa, apenas contém um livro, intitulado Dédalo dos Fanzines - O Catálogo das Publicações Amadoras de Banda Desenhada em Portugal editado em Lisboa.

A edição deste livro em 1997 teve em vista, entre outras finalidades, comemorar o aparecimento em 1972, ou seja, vinte e cinco anos antes, dos oito títulos pioneiros do fanzinato português - Argon, Saga, Quadrinhos, Copra, P.Druillet - P.Caza, Orion, Ploc! e Yellow Kid.

Não há vestígios destes fanzines, nem de centenas de outros que têm surgido no nosso país, na Biblioteca Nacional de Portugal.
Mas em tempos recentes passou a haver maior cuidado na sua preservação, com o acervo da Bedeteca de Lisboa, já com alguns anos, a criação em 2012 da Fanzineteca de Coimbra e, em 2015, a abertura da Fanzineteca da Amadora, esta última incluindo a totalidade do acervo do autor deste artigo, em virtude de doação pelo próprio.
Na fanzineteca mais recente haverá, em devido tempo, um registo cronológico da vasta produção coleccionada pelo fanzinéfilo doador. 

Mas antes de existirem as entidades citadas, foi editado o Dédalo dos Fanzines, o primeiro registo das publicações amadoras dedicadas à banda desenhada editadas em Portugal, feito por ordem alfabética de A a Z, com início no fanzine A Margem e finalizado no Zorck.

Dédalo dos Fanzines - O Catálogo das Publicações Amadoras de Banda Desenhada em Portugal.
Autores: Leonardo De Sá e Geraldes Lino
Edições Temporárias 
Lisboa
1997
72 paginas a preto e branco
Formato: 16x24cm
Capa e contracapa em cartolina fina de cor sépia

domingo, 19 de julho de 2015

Lançamento -Fanzine Kindumba da A.N.A.

domingo, julho 19, 2015




Cartaz do Kova M Festival, na Cova da Moura, onde vai ser lançado o fanzine "A Kindumba da A.N.A."



Capa do fanzine "Kindumba da A.N.A."

Vai realizar-se uma Feira de Literaturas Afrikanas, inserida no Kova M Festival, na Cova da Moura (Buraca/Amadora*), que decorrerá na Biblioteca do Moinho da Juventude, entre 21 e 23 Julho 2015, das 14h às 20h00.

Na citada feira será apresentado o fanzine A Kindumba da A.N.A., que inclui uma banda desenhada sobre o orgulho do cabelo afro, da autoria de Chiquinha. 

O "Kova M Festival" é uma realização iniciada em 2012 naquele local, que tem diversas componentes, sendo uma delas a Feira do Livro.

O lançamento do fanzine, uma edição Afrofanzine, corresponde a uma interessante iniciativa da responsabilidade de Inês Ramos e Raja Litwinof, duas entusiastas de formas culturais africanas. 

Ficha técnica
«A Kindumba da A.N.A.»
Autora: Chiquinha
País: Angola
Género: Banda Desenhada (tiras)
Formato: A4
Nº de páginas: 18
Acabamento: Capas em cartolina castanha, cosidas com lã preta e aplicação de contas coloridas
Tiragem: 150 exemplares numerados
Preço: 5,00€
Data de edição: Julho de 2015


*Cova da Moura, Buraca
Rua Francisco Xavier, 5, Alto da Cova da Moura 
(Buraca - Amadora)
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Chiquinha (Francisca Nzenze de Meireles) nasceu em Janeiro de 1978 em Luanda.
Viveu em Portugal dos 1 aos 13 anos, altura em que voltou para Angola.
Em Angola fez o curso médio de Jornalismo e o curso superior de  Relações Internacionais.
Trabalhou como repórter e redactora na  LAC - Luanda Antena Comercial.
O interesse pelo desenho sempre existiu,  a escrita surgiu depois do nascimento do seu primeiro filho, para quem escreveu um livro que foi editado em Angola pela editora Nzila.
Actualmente trabalha como ilustradora (colaborou com a revista África Imoyé-Brasília) e tem uma página no facebook com cerca de 20 mil seguidores.
Também tem trabalhado em livros infantis, produzindo sempre o que mais gosta: desenhos e histórias.
Vive no Brasil (em Brasília) há sete anos.